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Em meio à pandemia, Colégio Manoel Ribas comemora 68 anos

Gustavo Martinez


style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Marcelo Oliveira (Diário)

Uma das mais tradicionais escolas de Santa Maria, o Colégio Estadual Manoel Ribas - popularmente conhecida como Maneco - comemorou  68 anos no último domingo. Por conta da pandemia, se tornou impossível reunir alunos da instituição para celebrar, mas a data ainda foi lembrada por professores, alunos e funcionários.

O Maneco é referência para os santa-marienses, seja por sua posição geográfica, importância social, ou a sua arquitetura memorável.

- É uma escola de centro, que tem uma quadra inteira, uma escola bonita, bem aconchegante. Quem vem aqui, gosta de estar nela. Alunos que já estudaram aqui, voltam sempre. As pessoas que passam, ficam olhando. Porque é uma escola que faz parte da cidade. É uma escola antiga, que se mantêm, com aparência bonita. Para a cidade, ter esse prédios antigos e mantidos bem, é uma valorização imensa - analisa a professora e diretora do Maneco, Tânia Marlene Machado Costa.

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O legado do colégio é tão grande quanto a estrutura. Para além de figuras importantes que frequentaram a escola em outros tempos, como governadores do Estado e prefeitos de Santa Maria, o Maneco toca aqueles que hoje aprendem e ensinam em suas salas de aula.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Marcelo Oliveira (Diário)

É o caso de Vinicius Pasa, aluno do segundo ano do Ensino Médio, que faz parte da terceira geração de sua família a estudar no colégio. A avó dele frequentou a escola na década de 1970, e a mãe, no início dos anos 2000. Ele cresceu ouvindo histórias do Maneco de outros tempos, em especial de sua mãe.

- Ela foi do grêmio estudantil, tanto que ela esteve envolvida na arrecadação de dinheiro para o ginásio. Ela sempre conta quando arrecadava com outros alunos do grêmio para fazer as camisetas do baile de formatura. E minha vó conta que era bem diferente do que é hoje em dia, até mesmo na estrutura. - lembrou Vinicius. Na época de sua avó, a Escola Estadual de Ensino Fundamental João Belém, que hoje fica a menos de uma quadra de distância dali, dividia o espaço físico com o Manoel Ribas.

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Para além do legado do qual Vinicius integra, ele também faz sua parte na manutenção da memória da escola.

- Eu ajudo a professora Maria Helena (Nascimento Romero, coordenadora do Memorial Manoel Ribas) com o memorial do colégio, como eu gosto muito de história. E ajudei a professora a fazer a página do Instagram. Acho divertido saber sobre a história do colégio, os troféus, cada cantinho - comentou o estudante.

EM MEIO A PANDEMIA, CELEBRAÇÃO

O corpo discente do Maneco tem hoje mais de mil alunos, então, conforme explicou Tânia, seria impossível convidar todos eles para um evento. Ainda assim, a Direção fez questão de lembrar a data.

- No ano passado a gente não faz nada. Então neste ano, com a pandemia, a gente pensou em várias coisas. O que deu para fazer, para o aluno sentir o aniversário da escola, saber quanto tempo tem essa escola, foi isso. Nós organizamos um mural ali na frente, com a idade da escola e uma sessão de fotos do professor Rodrigo, para o aluno saber a escola que ele estuda, toda a parte arquitetônica - explicou a diretora do Maneco.

A exposição, intitulada Jovem Senhor Maneco, apresenta fotos do acervo do professor de filosofia Rodrigo João Friedrich, entusiasta da fotografia e do próprio colégio, feitas através dos 19 anos em que lecionou na escola.

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Marcelo Oliveira (Diário)
Professor Rodrigo João Friedrich e a exposição Jovem Senhor Maneco

- Foi uma tentativa de dar ao próprio aluno, que vem de regiões diferenciadas aqui da nossa cidade, uma certa sensação de pertencimento, de valorizar o local o qual eles estão estabelecidos na busca nesse processo de educação que, às vezes, é tão difícil. Mas quando se cria uma vínculo de sentimento com o local, de pertencimento, isso facilita muito - explicou o professor Rodrigo sobre o seu trabalho.

Com tanto tempo de aulas remotas, a criação de vínculos se tornou mais importante do que nunca. Agora, a escola voltou a receber seus alunos, ainda timidamente, com o formato híbrido. No horizonte, a esperança de que o avanço da vacinação permita que o aniversário de 69 anos do Manoel Ribas seja comemorado com uma festa que faça jus ao nome Maneco.

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